Hoje enquanto tentava ler a bíblia e meus pensamentos voavam para tudo o que tenho para fazer, pensei no quanto a pressa que toma conta dos nossos dias me influencia... E me prejudica.
Ler rápido, orar rápido e ir cuidar da vida...
Momento devocional estilo fast-food. Superficial. Pobre. Quase inútil!
Então me lembrei de um texto que escrevi há alguns anos atrás no meu diário espiritual numa dessas lutas no maior estilo Marta e Maria - FAZER X SER - lembrando do que o Pr Tim sempre dizia durante os nossos projetos missionários: BB4UDO! - be before you do! - SEJA antes de você FAZER.
"Quem foi que inventou esse cristianismo ativista?
Esse frenesi por atividades, eventos e programas sob o pretexto de ser igreja?
Mais fazer! Mais fazer!!
E nessa tanto faço que já não sei mais quem eu sou.
E simplesmente me torno aquilo que faço. E já não sou, faço.
E parece tão nobre, tão sacrificial, tão servil!
Meu tempo, meu dinheiro, minhas forças... Tudo empregado no mais fazer.
Servir?
Não! Isso é um grande engano!
O servir ensinado e vivido pelo Senhor Jesus vai muito além do ativismo religioso!
Porque começa no coração!
Acima de tudo o relacionamento com o Pai.
E depois disso, relacionamento com as pessoas.
Mas não é isso que o ativismo religioso vive. Porque na verdade, enquanto estou consumindo minhas forças, saúde e emoções nas atividades, muitas vezes estou deixando de lado minha família, meus amigos e os relacionamentos que eu deveria estar cultivando.
E o triste é que geralmente, minha motivação para todo esse "servir" sou eu mesma.
Não Deus nem as outras pessoas. Eu.
Porque se meu amor maior fosse mesmo agradar a Deus, eu buscaria, com todas as minhas forças, desenvolver meu relacionamento com Ele, minha adoração verdadeira!
Afinal, Jesus não disse que o Pai procura por trabalhadores que trabalhem em espírito e em verdade, mas por adoradores que o adorem em espírito e em verdade!
Mas é difícil adorar!
Muito mais fácil é trabalhar, porque o trabalho dá prazer.
Sim!!! O prazer de se sentir útil, de ter uma causa pela qual consumir suas forças...
Prazer de ver seu nome mencionado, ser reconhecido!
Prazer do trabalho em equipe e a comunhão...
Prazer de ouvir, no final, alguém dizer: "Uau!! Foi muito bom!! Parabéns!!"
Já com a adoração não é assim.
O relacionamento é só entre Deus e eu.
Ninguém para bater palmas e dizer: "Muito bem!!! Uma hora de oração!! Que lindo!!"
Muito pelo contrário!!
Ao invés de mostrar minhas habilidades aos homens, no momento às sós com Deus eu me desfaço da capa e mostro a Ele todos os meus pecados e fraquezas.
Ao invés de correr de um lado para o outro dizendo a alguém o que fazer, eu simplesmente me quedo em silêncio e ouço de Deus o que eu preciso ser.
Ao invés de me sentir grande, me sinto pequena.
Ao invés da sensação de "Como é bom ser útil!", a sensação de "Como eu sou incapaz! Não sou nada se não for Deus em mim! Tudo o que tenho e o que sei vem Dele e Ele pode fazer de mim o que bem quiser! Pode levantar outras pessoas e capacitá-las a fazer bem melhor do que eu... Pode tirar essas habilidades de mim.. E enfim... Não sou melhor do que ninguém. Deus pode usar outros tanto quanto a mim."
E por isso trabalhar é bem mais fácil do que buscar a intimidade com o Pai.
Porque enquanto trabalho, meu "eu" é exaltado.
E enquanto adoro, meu "eu" é esmagado para que CRISTO seja em mim.
E por isso é engano se deixar levar por um sistema que passa sempre a falsa ideia de que quanto "mais cristão", mais trabalho para Deus, porque aos olhos de Dele, quanto "mais cristão", menos eu busco o fazer e mais eu busco o ser, para então ter a certeza de que o que estou fazendo é verdadeiramente para o meu Deus seja engrandecido, e não o meu eu."
02 de outubro de 2007.
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