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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Para quem você cozinha?

Recentemente vi uma pessoa muito chateada por ter se esmerado em preparar um prato e as pessoas não o degustarem com tanto gosto quanto ela esperava.
Me fez refletir... Para quem as pessoas cozinham?
Diferente do sentido normalmente usado, penso que quando você cozinha para as pessoas sua única preocupação é fazer algo que proporcione satisfação a quem vai provar aquele doce, massa ou assado...
Já a pessoa que cozinha para si mesma tem uma missão muito mais difícil: preparar algo tão espetacular que arranque elogios efusivos de todos aqueles que provarem seu manjar.
Certamente é gostoso quando alguém diz que o prato que você preparou ficou muito bom. E com certeza todos precisamos ser agradecidos e gentis ao reconhecer o trabalho e tempo que aquela pessoa investiu para nos fazer bem.
O problema é que a pessoa que cozinha para si mesma tem uma vida muito difícil!
Salgar demais um prato pode não fazer grandes estragos na vida de quem cozinha para os outros, mas pode acabar com o dia - senão com a semana inteira - de alguém que precisa muito da atenção das pessoas...
Não se trata simplesmente de um erro, mas de toda a reputação que precisou de muitos pratos para ser conquistada!
Como seria infeliz uma mãe de família que passasse a vida toda cozinhando esperando por elogios...
Mas na verdade não se trata apenas de cozinhar, não é?
Fazer para si ou fazer para os outros é algo que envolve toda a nossa vida: para quem eu canto, para quem arrumo a casa, dou uma aula, escrevo um texto, faço cálculos, construo casas, planto um jardim...
Uma coisa é me arrumar de forma que minha aparência seja agradável aos outros. Outra coisa é a necessidade de ser o grande destaque do "Tapete Vermelho"; o centro das atenções. É escravizador.
E se torna difícil conviver com alguém que depende da aprovação e atenção dos outros o tempo todo... Se torna pesada a sensação de estar sempre devendo alguma coisa... Esse vazio imenso que parece nunca se preencher.
Mas quando restauramos nossa identidade em Cristo e percebemos nossa plenitude Nele... Que alívio! Que leveza! Os problemas de necessidade de aprovação, autocomiseração e autodepreciação vão embora e dão lugar à alegria de agradar a Deus e servir aos outros!
Não vou ficar remoendo ressentimentos nem sentindo pena de mim mesma... Vou sorrir cheia de gratidão pelo privilégio de fazer algo com carinho e oferecer às pessoas um momento feliz.