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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Deixar ir...



Despertar... 
Reunir forças para abrir os olhos...
O sonho acabou.
A dor de desapegar-se de toda a doçura e acalento que ele trazia.
A luz do sol entra suave pela janela...
O sol brilha.
E a dor vai dando espaço à paz que a verdade traz.
E a flor de poucas pétalas e cores pálidas se torna preciosa e linda.
Muito mais do que o campo repleto de flores belas e perfumadas.
Porque ao contrário deste, ela existe. 
É real.
O sublime momento em que as mãos se abrem...
E lentamente deixam ir o que nunca se teve.
O coração já não pesa mais.
Liberdade.


Despertar...
É o começo um novo dia.

sábado, 4 de junho de 2011

O terrível medo de falar a verdade...

Estamos vivendo dias que exigem uma posição pessoal.
Hoje parei para pensar no quanto eu ando sem medo de falar o que penso ultimamente.
Acho que estudar a bíblia e conviver com algumas pessoas diretas me tem feito repensar isso.

A verdade é tão importante!! Tão necessária!!
Por que não dizê-la? Por que evitá-la?
Eu sempre evitei por dois medos: o medo de magoar as pessoas e o medo de perder a amizade...

Mas chega um dia que a gente cresce e começa a ver a vida como ela é.

Nesse momento olho para os meus erros e me pergunto (como já disse em outro post) quem são as pessoas que tenho na minha vida que me amam o suficiente para me dizer que estou errada.
Eu não gosto de ouvir críticas. É uma luta aprender a lidar com isso. Eu choro, eu sou teimosa. 
Mas depois eu penso e reconheço.
E mais do que nunca quero estar cercada dessas pessoas que têm a capacidade de olhar nos meus olhos e ser duras comigo. Porque são essas pessoas que me fazem crescer e aprender.
Não aquelas que falam pelas costas ou que simplesmente não falam e me deixam lá, errando.

Agora, se eu quero isso para mim, porque não vou querer para os outros?
Porque ter medo de magoar as pessoas que amo ao ponto de não dizer a verdade a elas?
Já dizia o sábio Salomão:
"Leais são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos de quem odeia são enganosos" Pv. 27:6
E já dizia o sábio Paulo:
"O amor.. Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade" I Coríntios 13:6

Agora... Não vamos enaltecer a importância de falar a verdade deixando de lado o como a verdade deve ser dita. Se minha motivação para falar a verdade é o amor, minha forma de falar deve demonstrar isso. 


E quanto ao outro medo, o medo de perder a amizade da pessoa...

Bom, um dia também você percebe que as pessoas não ficam na vida da gente pra sempre.
Você percebe que o tempo passou e as pessoas que você tinha medo de perder por falar a verdade, você perdeu por qualquer outro motivo. Com o tempo deixaram de ter interesse em você e se foram pelo seu caminho.
E você fica com aqueles poucos que te amam como você é.

Então, no fim das contas, por que querer ser amigo de todo mundo?
Por que querer ser amigo de alguém que não sabe o valor das opiniões contraditórias? Alguém que não sabe como é medíocre se envolver apenas com quem pensa como você? Alguém que não sabe concordar apesar das divergências?
O contexto é outro, mas a resposta é clara:
"Porventura andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?" Amós 3:3 

Por isso, hoje eu falo mais o que eu penso que precisa ser dito.
E concordo tanto com as palavras do escritor angolano:

"Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!"


(trecho de "O valioso tempo dos maduros - Mário de Andrade")