14 de junho de 2010: "Você tem mais seis meses".
A primeira reação é reação nenhuma. Blackout.
O mundo gira à sua volta.
O Tudo e o Nada dançam juntos no vazio sem fim da sua mente.
E depois as sensações mais absurdas..
Sentimentos que se alternam num carrossel infindável de pensamentos que vêm e vão.
Confusão!
Mas com o tempo a mente desanuvia e tudo passa a fazer sentido.
Todos os anos passados são colocados em uma balança diferente...
Que só sente o peso do que realmente tem valor.
Há anos sou apaixonada pela vida...
E há anos me pergunto como seria se me só restassem seis meses.
Agora isso é real... Agora eu sei...
Sei que sua vida assume um novo rumo e você realinha suas prioridades.
Perde o medo de dizer não às ideias dos outros para manter seu foco...
E se dedicar em cumprir o propósito pelo qual foi chamado a viver.
Sei que se torna curta a paciência com preciosismos...
Já não há tempo para conversas e debates intermináveis que não levam a lugar algum...
Torna-se tão urgente viver que a teoria só faz sentido quando resulta em alguma ação proveitosa.
Você muda a forma de tratar as pessoas...
E as pessoas que sabem da sua situação começam a agir de forma diferente do que faziam quando pensavam que você estaria para sempre aqui.
Já não faz sentido se magoar por conta de coisas pequenas... Nem grandes.
Você descobre um nível mais profundo e constante do Perdão.
Quando tudo tem um prazo para acabar, aparências se tornam algo tão desimportante!
Andar na moda, ter os melhores equipamentos, saber os últimos acontecimentos, status...
Tudo parece tão ridiculamente efêmero... Tão infantil!
O coração clama por essência!
E nasce uma sede por relacionamentos verdadeiros e reais.
Já não importa quantos amigos você tem no Orkut e no MSN...
Tanto faz quantos te seguem no Twitter...
Importa quem sabe quando você está feliz ou quando não está bem, e se importa... E ora com você.
Importa quem reconhece o tom da sua voz, o som dos seus passos, sua risada, seu olhar...
Caminhar juntos, tocar no ombro, abraçar, conversar, ou não fazer nada.
Mas ser real. Estar presente. Edificar.
E a vida se torna rica!
Ah... Como fazem diferença os detalhes!
Um novo mundo se descortina aos seus olhos repleto de sons, cores e sensações!
Pequenos gestos trazem tanto significado... Pequenos momentos trazem tanta emoção...
E a vida transborda no coração!!!
E muda muito o seu relacionamento com Deus.
Não por medo do fim, mas por amor.
E pela assombrosa convicção de que tudo passa...
E a vida com Ele é a única coisa que permanece.
Trata-se do impacto de perceber que seu tempo é bem mais curto do que pensava.
E você ama mais, canta mais, dança mais, dá mais risada, chora...
A consciência de que a vida é um sopro...
Hoje aqui; amanhã não mais.
E que o tempo para viver é esse. Agora!
---------------
No dia 14 de junho descobri que minha vida vai mudar drásticamente em dezembro deste ano.
Minha igreja, meus amigos, meu serviço, minha casa, minha cidade... Tudo.
E pensar em dizer adeus a tudo me fez reavaliar meu modo de viver estes últimos meses.
Não sei como vai ser meu próximo ano.
Mas percebi que a vida é mesmo curta.
E quem garante que não acaba amanhã?
Pensar a vida... Refletir. E, pensando, melhor compreender, melhor sentir, melhor saber... O pensar se refletindo no viver.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
70 X 7 = 16.5.18.4.1.15
Neste mês, por conta do assunto em pauta - Relacionamentos - na série atual de mensagens e estudos da minha igreja, estamos descobrindo uma matemática complexa, em que 70 x 7 = 16.5.18.4.1.15. Você sabia disso?
Pois é. E eu acho fantástico como às vezes Deus me faz sentir na pele a dificuldade de viver o desafio que eu estou propondo aos meus alunos - a saber, "Transfformar", a classe de adolescentes mais formidável do mundo!!!
Pois é. E eu acho fantástico como às vezes Deus me faz sentir na pele a dificuldade de viver o desafio que eu estou propondo aos meus alunos - a saber, "Transfformar", a classe de adolescentes mais formidável do mundo!!!
E foi assim que ontem, depois de um dia difícil, me vi diante do Senhor lutando com algumas das verdades das nossas últimas aulas:
# perdoar aos outros é a única resposta aceitável diante do imensurável perdão recebido do Senhor - Cl. 3:13É uma questão lógica. Comparativamente, as ofensas contra mim são nada diante das minhas ofensas contra o Senhor. Então como posso pedir o perdão Dele se não perdoo aos outros?
# perdoar NÃO é uma questão sentimento; é uma questão de obediência - Ef. 4:32
Então dizer "eu não consigo perdoar" é incoerente. Uma coisa é ser curado emocionalmente, outra coisa é perdoar.
# o perdão oferece o que a pessoa precisa; não o que ela merece. É um reflexo do perdão do próprio Deus. Sl. 103:10
Se me baseio no merecimento ou não de alguém estou oferecendo julgamento, não perdão.
É tão mais profundo esse assunto... Mas deu para entender por que 70 x 7 = 16.5.18.4.1.15 ?
E meu dia terminou ao som de uma música dos meus tempos de infância que Ele me fez lembrar:
Ensina-me
Ensina-me a amar, mesmo quando só há ódio ao meu redor
Ensina-me a dar, mesmo quando não há nada a receber
Ensina-me a aceitar tudo o que tens preparado para mim
Confiando que tudo está nas Tuas Mãos
E que tudo vem de Ti, Jesus.Ensina-me a adorar, mesmo quando há pranto em meu coração
Também a perdoar, como a mim tens revelado o Teu Perdão
E que eu possa ter mais sede de Te conhecer melhor
Cada dia mais vontade de estar ao Teu redor
Escutando o Teu falar,
Sentindo o Teu amor,
Vivendo junto a Ti, Senhor.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
O Grande Dilema "BB4UDO!!!"
Hoje enquanto tentava ler a bíblia e meus pensamentos voavam para tudo o que tenho para fazer, pensei no quanto a pressa que toma conta dos nossos dias me influencia... E me prejudica.
Ler rápido, orar rápido e ir cuidar da vida...
Momento devocional estilo fast-food. Superficial. Pobre. Quase inútil!
Então me lembrei de um texto que escrevi há alguns anos atrás no meu diário espiritual numa dessas lutas no maior estilo Marta e Maria - FAZER X SER - lembrando do que o Pr Tim sempre dizia durante os nossos projetos missionários: BB4UDO! - be before you do! - SEJA antes de você FAZER.
"Quem foi que inventou esse cristianismo ativista?
Esse frenesi por atividades, eventos e programas sob o pretexto de ser igreja?
Mais fazer! Mais fazer!!
E nessa tanto faço que já não sei mais quem eu sou.
E simplesmente me torno aquilo que faço. E já não sou, faço.
E parece tão nobre, tão sacrificial, tão servil!
Meu tempo, meu dinheiro, minhas forças... Tudo empregado no mais fazer.
Servir?
Não! Isso é um grande engano!
O servir ensinado e vivido pelo Senhor Jesus vai muito além do ativismo religioso!
Porque começa no coração!
Acima de tudo o relacionamento com o Pai.
E depois disso, relacionamento com as pessoas.
Mas não é isso que o ativismo religioso vive. Porque na verdade, enquanto estou consumindo minhas forças, saúde e emoções nas atividades, muitas vezes estou deixando de lado minha família, meus amigos e os relacionamentos que eu deveria estar cultivando.
E o triste é que geralmente, minha motivação para todo esse "servir" sou eu mesma.
Não Deus nem as outras pessoas. Eu.
Porque se meu amor maior fosse mesmo agradar a Deus, eu buscaria, com todas as minhas forças, desenvolver meu relacionamento com Ele, minha adoração verdadeira!
Afinal, Jesus não disse que o Pai procura por trabalhadores que trabalhem em espírito e em verdade, mas por adoradores que o adorem em espírito e em verdade!
Mas é difícil adorar!
Muito mais fácil é trabalhar, porque o trabalho dá prazer.
Sim!!! O prazer de se sentir útil, de ter uma causa pela qual consumir suas forças...
Prazer de ver seu nome mencionado, ser reconhecido!
Prazer do trabalho em equipe e a comunhão...
Prazer de ouvir, no final, alguém dizer: "Uau!! Foi muito bom!! Parabéns!!"
Já com a adoração não é assim.
O relacionamento é só entre Deus e eu.
Ninguém para bater palmas e dizer: "Muito bem!!! Uma hora de oração!! Que lindo!!"
Muito pelo contrário!!
Ao invés de mostrar minhas habilidades aos homens, no momento às sós com Deus eu me desfaço da capa e mostro a Ele todos os meus pecados e fraquezas.
Ao invés de correr de um lado para o outro dizendo a alguém o que fazer, eu simplesmente me quedo em silêncio e ouço de Deus o que eu preciso ser.
Ao invés de me sentir grande, me sinto pequena.
Ao invés da sensação de "Como é bom ser útil!", a sensação de "Como eu sou incapaz! Não sou nada se não for Deus em mim! Tudo o que tenho e o que sei vem Dele e Ele pode fazer de mim o que bem quiser! Pode levantar outras pessoas e capacitá-las a fazer bem melhor do que eu... Pode tirar essas habilidades de mim.. E enfim... Não sou melhor do que ninguém. Deus pode usar outros tanto quanto a mim."
E por isso trabalhar é bem mais fácil do que buscar a intimidade com o Pai.
Porque enquanto trabalho, meu "eu" é exaltado.
E enquanto adoro, meu "eu" é esmagado para que CRISTO seja em mim.
E por isso é engano se deixar levar por um sistema que passa sempre a falsa ideia de que quanto "mais cristão", mais trabalho para Deus, porque aos olhos de Dele, quanto "mais cristão", menos eu busco o fazer e mais eu busco o ser, para então ter a certeza de que o que estou fazendo é verdadeiramente para o meu Deus seja engrandecido, e não o meu eu."
02 de outubro de 2007.
Ler rápido, orar rápido e ir cuidar da vida...
Momento devocional estilo fast-food. Superficial. Pobre. Quase inútil!
Então me lembrei de um texto que escrevi há alguns anos atrás no meu diário espiritual numa dessas lutas no maior estilo Marta e Maria - FAZER X SER - lembrando do que o Pr Tim sempre dizia durante os nossos projetos missionários: BB4UDO! - be before you do! - SEJA antes de você FAZER.
"Quem foi que inventou esse cristianismo ativista?
Esse frenesi por atividades, eventos e programas sob o pretexto de ser igreja?
Mais fazer! Mais fazer!!
E nessa tanto faço que já não sei mais quem eu sou.
E simplesmente me torno aquilo que faço. E já não sou, faço.
E parece tão nobre, tão sacrificial, tão servil!
Meu tempo, meu dinheiro, minhas forças... Tudo empregado no mais fazer.
Servir?
Não! Isso é um grande engano!
O servir ensinado e vivido pelo Senhor Jesus vai muito além do ativismo religioso!
Porque começa no coração!
Acima de tudo o relacionamento com o Pai.
E depois disso, relacionamento com as pessoas.
Mas não é isso que o ativismo religioso vive. Porque na verdade, enquanto estou consumindo minhas forças, saúde e emoções nas atividades, muitas vezes estou deixando de lado minha família, meus amigos e os relacionamentos que eu deveria estar cultivando.
E o triste é que geralmente, minha motivação para todo esse "servir" sou eu mesma.
Não Deus nem as outras pessoas. Eu.
Porque se meu amor maior fosse mesmo agradar a Deus, eu buscaria, com todas as minhas forças, desenvolver meu relacionamento com Ele, minha adoração verdadeira!
Afinal, Jesus não disse que o Pai procura por trabalhadores que trabalhem em espírito e em verdade, mas por adoradores que o adorem em espírito e em verdade!
Mas é difícil adorar!
Muito mais fácil é trabalhar, porque o trabalho dá prazer.
Sim!!! O prazer de se sentir útil, de ter uma causa pela qual consumir suas forças...
Prazer de ver seu nome mencionado, ser reconhecido!
Prazer do trabalho em equipe e a comunhão...
Prazer de ouvir, no final, alguém dizer: "Uau!! Foi muito bom!! Parabéns!!"
Já com a adoração não é assim.
O relacionamento é só entre Deus e eu.
Ninguém para bater palmas e dizer: "Muito bem!!! Uma hora de oração!! Que lindo!!"
Muito pelo contrário!!
Ao invés de mostrar minhas habilidades aos homens, no momento às sós com Deus eu me desfaço da capa e mostro a Ele todos os meus pecados e fraquezas.
Ao invés de correr de um lado para o outro dizendo a alguém o que fazer, eu simplesmente me quedo em silêncio e ouço de Deus o que eu preciso ser.
Ao invés de me sentir grande, me sinto pequena.
Ao invés da sensação de "Como é bom ser útil!", a sensação de "Como eu sou incapaz! Não sou nada se não for Deus em mim! Tudo o que tenho e o que sei vem Dele e Ele pode fazer de mim o que bem quiser! Pode levantar outras pessoas e capacitá-las a fazer bem melhor do que eu... Pode tirar essas habilidades de mim.. E enfim... Não sou melhor do que ninguém. Deus pode usar outros tanto quanto a mim."
E por isso trabalhar é bem mais fácil do que buscar a intimidade com o Pai.
Porque enquanto trabalho, meu "eu" é exaltado.
E enquanto adoro, meu "eu" é esmagado para que CRISTO seja em mim.
E por isso é engano se deixar levar por um sistema que passa sempre a falsa ideia de que quanto "mais cristão", mais trabalho para Deus, porque aos olhos de Dele, quanto "mais cristão", menos eu busco o fazer e mais eu busco o ser, para então ter a certeza de que o que estou fazendo é verdadeiramente para o meu Deus seja engrandecido, e não o meu eu."
02 de outubro de 2007.
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